A conta da água em Espinho era bimensal, e contemplava uma leitura no mesmo período por um dos muitos, demasiados, colaboradores que têm emprego na CME (são tantos que dificilmente há trabalho para todos, ficam pelo emprego).
Pois estas ideias foram completamente frustradas pelo tipo de documento que passamos a receber...
Além de longos no número de linhas apresentados, com débitos e créditos constantes, a factura/recibo da água tem o único propósito de nos cobrar taxas e mais taxas, baralhando o cliente com linhas sobre consumos reais e estimados anteriormente cobrados.
Em resumo, 2 pessoas que pagavam em 2008 cerca de 35 euros em média por mês, pagam em 2009 uma média de 50 euros mensais, dos quais 20 euros é produto (água) e 30 euros serviço (Saneamento Fixo, Saneamento Variável, Tarifa Utilização, Tarifa Disponibilidade, Disponibilidade Resíduos, Resíduos Sólidos).
Ora se pagamos assim tanto por um serviço precisamos perceber a que diz respeito cada uma das rubricas, e qual o expectável serviço proporcionado por cada uma delas:
i. Saneamento Fixo - o que é isto?! termos instalação de saneamento?!
ii. Saneamento Variável - se ele existe é fixo, a sua conservação é fixa, porquê pagar 2 vezes?
iii. Tarifa de Disponibilidade - um novo nome para um valor antigo (aluguer do contador), que pretende apenas "fintar" a lei que proíbe a cobrança do aluguer do contador, pois é imperativo a colocação do mesmo para o serviço ser medido e cobrado. É urgente reclamarmos a eliminação desta parcela de custo.
iv. Tarifa de Utilização - se pagamos a água, e temos um dos mais elevados valores por m3 de água do país, porque vamos pagar uma taxa pelo seu consumo. Trata-se claramente de uma parcela a eliminar pois é claramente abusiva.
v. Disponibilidade de Resíduos - o que é isto? Será que estamos a pagar pela 3ª vez o saneamento?!
vi. Resíduos Sólidos - talvez o único destes 6 que faça algum sentido, mas que urge reduzir, privatizando a operação de recolha de resíduos sólidos urbanos. Já algumas cidades, muitas mesmo, o fizeram, transferindo todos os trabalhados associados à actividade para o operador privado e definindo metas de redução de custos anualmente.
Mais estranho é que depois se consigam facilmente registar zonas nobres da cidade que anualmente estão privadas de água mais do que 6 a 7 dias por ano... e a única coisa que o piquete de 6 pessoas, em que 1 trabalha (já não seria muito mau se em todos os serviços este fosse o rácio), faz é adiar o atendimento telefónico refugiando-se num atendedor automático de chamadas até entrarem em horário extraordinário e aí tapar o furo que impede o fornecimento de água e desaparece para as oficinas municipais à espera que nos dias seguintes volte a suceder... senão ainda perdem o emprego...
Outro fenómeno difícil de entender quando os recursos humanos e materiais são abundantes é o nível de acabamento que as intervenções municipais apresentam. Alguém já reparou no cuidado que existiu em destruir o desenho do empedrado, calçada portuguesa, na rua 19, junto à rua 18?! Mais do que incompetência também estamos recheados de mau gosto e desrespeito...
Espinhenses, é também por estas vias que podemos por ordem nesta nossa terra, exijamos seriedade e rigor nos custos que nos apresentam, reivindiquemos qualidade do serviço prestado, ordenemos a redução dos excedentários, normalmente partidários, e lutemos até à exaustão pela aplicação de princípios de produtividade na gestão dos recursos que colocamos à disposição dos autarcas...